Conservadorismo no Brasil

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O conservadorismo no Brasil designa o movimento originado a partir de determinadas tradições culturais do Brasil, assim como a relação com raízes culturais luso-ibéricas e influências diversas. O movimento recebeu influências da herança romana e parte da filosofia grega em sua fundação no cristianismo.[1] As visões e características históricas conservadoras mais tradicionais incluem a crença no unitarismo político, no catolicismo e, durante o período monárquico, o monarquismo.[2] Posições sobre temas contemporâneos no movimento conservador brasileiro incluem a oposição ao aborto[3] e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora não exista consenso.[4] Há pesquisas de opinião indicando que a maior parte da sociedade brasileira tenha posicionamentos ligados à direita política, apesar de nem todas se considerarem efetivamente conservadoras.[5]

A colonização portuguesa fez forte impressão na formação tradicional da sociedade brasileira. A doutrina da Igreja Católica junto às políticas públicas do Estado português, bem como a arquitetura, a literatura e outras esferas da cultura lusitana marcaram a história do Brasil, manifestando-se com vigor mesmo após sua independência.[6]

O Partido Conservador do período imperial foi a primeira organização política de caráter conservador no Brasil independente, surgido de uma tradição que rejeitou o republicanismo e o liberalismo, propiciando a integridade territorial do novo país, assim como a continuidade da escravidão.[2][7] Coube a ele a supremacia no sistema de revezamento parlamentar junto ao Partido Liberal que definiu o cenário político do Segundo Reinado.[8]

O conservadorismo brasileiro inclui nomes como Gilberto Freyre na sociologia;[9][10][11] Sobral Pinto e Miguel Reale no direito; Plinio Correia de Oliveira, Gustavo Corção; Mario Henrique Simonsen, Eugenio Gudin e Roberto Campos na economia; Arlindo Veiga dos Santos, André Rebouças, José Bonifácio, Plínio Salgado, Enéas Carneiro e Carlos Lacerda na política; Olavo de Carvalho e Luiz Felipe Pondé na filosofia e Oliveira Lima e Oliveira Torres na historiografia.

  1. Freyre, Gilberto (1943). «Em Torno Do Problema De Uma Cultura Brasileira». 4: 167-171. doi:10.2307/2103064. Consultado em 15 de janeiro de 2017 
  2. a b Brasiliense A. (1878). Os programas dos partidos políticos e o Segundo Império (em português). São Paulo: Tipografia de Jorge Seckler. p. 11-13. 264 páginas 
  3. Luis Felipe Miguel, Flávia Biroli, Rayani Mariano. «O direito ao aborto no debate legislativo brasileiro: a ofensiva conservadora na Câmara dos Deputados» (PDF). Consultado em 6 de novembro de 2017 
  4. Portinari, Natália (7 de dezembro de 2018). «Entrevista - Damares Alves: 'Casamento gay é um direito garantido'». O Globo, na Biblioteca do Senado. Consultado em 24 de julho de 2019 
  5. «Direita supera esquerda no Brasil». Datafolha. 8 de setembro de 2014. Consultado em 15 de abril de 2017 
  6. Ferreira, Tito Lívio; Ferreira, Manoel Rodrigues (1959). História da Civilização Brasileira. São Paulo: Gráfica Biblos Editora. pp. 25 – 39 
  7. Site Rio de Janeiro. «O Segundo Império: D. Pedro II - 1840 a 1889». Consultado em 29 de novembro de 2015 
  8. Needell 2006, p. 75
  9. «Gilberto Freyre: o pensador do Brasil». Superinteressante 
  10. «G1 – Máquina de Escrever – Luciano Trigo » FHC faz uma espécie de anti-homenagem a Gilberto Freyre » Arquivo». g1.globo.com 
  11. Mario Cesar Carvalho (12 de março de 2000). «Céu & inferno de Gilberto Freyre». Folha de S.Paulo. Consultado em 22 de abril de 2017 

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